Portugal e Minhas Memórias...

Hoje vou falar um pouco sobre Portugal. vitória esmagadora na Luz sobre a Bósnia e classificação para o Euro 2012 me fez pensar o quanto meus amigos Portugueses devem estar felizes. Pensei neles e também pensei … como Portugal me trás boas memórias e recordações. Já que até então não havia falado nada de Portugal no Geléia Geral, achei que este era o momento certo.

Me lembro de todas as vezes que chegava de alguma viagem em Lisboa e já sobre a ponte 25 de Abril o avião fazia a curva para aterrizar ainda sobrevoando o rio Tejo. Vista do alto com suas sete colinas e os seus telhados vermelhos, Lisboa sempre bela, me fazia lembrar daquele brinquedo antigo – tijolinho mágico. A combinação da água do Tejo, o verde dos parques, das praças e jardins, permeada pelo antigo e o novo, faz de Lisboa um cenário único. Também me recordo das viagens pelo Norte. A vista da Vila Nova de Gaia para a cidade do Porto e seus prédios antigos com azulejos coloridos, parece aqueles quebra-cabeças (puzzle) belíssimos de duas mil peças e difícil de montar. Também no Norte, Guimarães e Braga, duas cidades com centro históricos belos e preservados e suas praças cheias de flores rodeadas por casarões antigos belíssimos e suas fachadas com aquelas varandinhas e portas altas. Sempre gostava de passear pelo Alentejo, às vezes ia somente para almoçar e nunca me esqueço das oliveiras e das amplas paisagens cobertas de belíssimos girassóis. Acho a cidade de Sintra única. Vista de baixo para cima é um cenário sem igual. A vista de cima para baixo do palácio da Penha é esplendorosa. A mistura do verde da montanha com toda a arquitetura plantada naquele terreno íngreme cria um mosaico incomum na paisagem de Sintra. Tenho saudades dos passeios a Óbidos, das passagens estreitas pelas vilas com casas de pedras e dos lagos do Ribatejo. Me lembro das minhas corridas na praia, saindo de Cascais, passando pelo Estoril e chegando em Carcavelos, já bem próximo à Oeiras. Ficava encantado com o Pôr do Sol tocando na água espelhada em dias de mar calmo. Gostava de ir ao Algarve e olhar do alto as falésias bem amarelas entrecortando o mar azul ou verde e os pequenos espaços de areia, fazendo deste pedaço de Portugal um lugar único em nosso planeta.

Foi em Portugal que despertei meus instintos para a arte da gastronomia. Lá aprendi a importância de se preservar a natureza do alimento. O peixe ou o bacalhau simplesmente grelhado somente com um pouco de sal e umas batatas a murro coberto pelo azeite quente é um exemplo. Pra que mais? O sabor do arroz de mariscos e o despertar do olfato. A simplicidade do arroz de feijão bem molhadinho com umas pataniscas de bacalhau. Isso sem falar nos bifes e suas variações de molho para comer e molhar o pão quentinho no molho, sempre acompanhado de uma boa cerveja. Nunca fui muito de doce, e apesar de toda a fama dos pastéis de nata, na sobremesa nunca resistia mesmo a um leite creme com aquela crosta bem crocante. Em Dezembro, gostava muito de comer um bolo-rei, de preferência quentinho saído do forno.

Falar de vinhos e queijos é uma covardia. Tem vinho de todos os tipos e para todos os gostos e épocas do ano. No verão um bom vinho branco ou verde bem geladinho num restaurante na beira da praia. A noite ou no inverno, nada melhor do que começar um jantar com um bom tinto acompanhado por um queijo da serra ou queijo de azeitão. O bom de Portugal é que os grandes vinhos, geralmente de produção pequena, ficam lá mesmo. Assim não é difícil encontrar uma variedade enorme e de qualidade em qualquer parte do país.

Não posso terminar, sem antes, expressar o quanto fui feliz em Portugal. Não somente pelas belas paisagens, cidades e gastronomia, mas principalmente pelos amigos que tive a felicidade de conhecer. Parece estranho o que vou falar, mas o português pode parecer fechado até se abrir e deixá-lo que você o conheça você percebe que por trás daquele jeitão existe um amigo fiel para todas as horas, bem-disposto e muito bem-humorado. O português típico adora uma boa conversa sem hora para terminar e de preferência com uma boa comida e um bom vinho como adornos. Se a situação financeira permitir, ele adora viajar, conhecer e provar; como nos tempos dos descobrimentos, principalmente para lugares longíquos e diferentes. No entanto, um bom português nunca deixa de voltar para viver e sentir Portugal. Razão para isso existe de sobra…
Lisboa
 Alentejo
Baía de Cascais
 Guimarães
 Porto
Sintra  
Braga
Estoril
Algarve 
Óbidos
  Bacalhau a Lagareiro
Queijo da Serra
Bolo-Rei
 Portugal 6 x 2 Bósnia

 Um abraço. Seja Feliz!

Um comentário:

  1. Tal como eu, uma grande parte dos portugueses, raramente utiliza a palavra estrangeiro. Penso que nem deveria existir!
    Todos nós estamos de passagem em algum lugar, seja por um dia, um ano ou a vida inteira.
    Seja Bem-vindo quem vier por Bem!
    Carlos Jana - Portugal

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